Quem salva a Páscoa? (Reflexão)

 


Todos os anos (normais) por esta altura, muitas famílias rumavam às casas dos avós, às casas de férias ou a outras cidades, na esperança de passar alguns dias de férias e aproveitar as festividades pascais.

Em 2020 acreditámos que seria só uma pausa, que no ano seguinte estaria tudo sanado e voltaria a ser semelhante ao que considerávamos normal.

No entanto, e apesar de haver períodos de maior e menor expressão da doença (já nem digo o nome que até me enjoa!), continuamos a correr para "salvar o Verão" e vamos perdendo a noção de normalidade porque ao fim de um ano, a nossa normalidade é a proibição, o confinamento, o distanciamento, a teleconsulta, o teletrabalho, o take away, o mascaramento da face, a ocultação do sorriso,...

Nunca pensei que, habitando um mundo tão vasto, cheio de riqueza intelectual, as opiniões diferentes fossem entendidas como ameaças e o pensamento fosse repreendido. Não sei o que é feito desse equilíbrio, do direito ao contraditório, da sabedoria que se aproveita na diversidade.

Onde anda a tal vacina que nos ia devolver a livre circulação, o abraço e a possibilidade de estarmos com quem faz (ou fazia) parte do nosso núcleo de amigos? O mundo trabalha a diferentes velocidades, há países fechados, países abertos, países que vacinam, países aos quais são quase impostas vacinas; a pequenez do ser humano começa a tornar-se evidente, especialmente quando se julga que devemos ter todos a mesma "fé". Afinal, parece que as doses de bom senso fazem mais falta do que a tal vacina.

Entre proibições e permissões, a vida segue e não espera, as ondas vão e voltam.

A vossa,
her

Comentários

Mensagens populares